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13 de dezembro 2018

Mobilização força a retirada do projeto que altera a forma de remuneração dos trabalhadores da pauta da CCJ

Com o plenário lotado e sob protestos, o líder do governo na Câmara de Vereadores de Pelotas, Fabrício Tavares (PSD), retirou o projeto que altera a forma de remuneração dos trabalhadores da educação no município da pauta da reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), desta quinta-feira, 13. O parlamentar justificou que pretende aguardar a divulgação da simulação dos contracheques, prometida pela prefeitura, para encaminhar a votação.No entanto, diante da intensa mobilização dos servidores, a maioria dos vereadores já manifestou posição contrária ao projeto apresentado pela prefeitura, inclusive membros de partido que compõe a base do governo. A categoria está mobilizada e tem lotado o plenário da câmara em todas as reuniões e audiências que tratam do assunto. Diante da pressão popular, a expectativa de derrubada do projeto tem forçado o governo a recuar.    A vereadora Fernanda Miranda (PSOL) destacou que a retirada do projeto da reunião foi uma vitória, fruto da união e mobilização da categoria. “Eles estão perdendo votos, estão com medo, pois sabem do impacto negativo que a aprovação da proposta representa. É preciso mostrar que a mobilização continue até que o projeto seja arquivado”, concluiu. Após o encerramento da reunião da CCJ, os vereadores do PSDB, Daniel da TV e Vianna, deixaram o plenário sob protestos. Em meio a vaias e gritos de “golpistas”, os deputados eleitos de Pelotas se despedem da câmara em clima de rejeição.
Incerteza:Embora a retirada da proposta da pauta da reunião desta quinta-feira, 13, seja considerada uma vitória, a categoria teme uma eventual manobra da base do governo. A vereadora Fernanda Miranda (PSOL) lembrou que, em situações polêmicas e que contrariam a opinião pública, a prefeitura e a base aliada do governo costumam articular manobras para aprovar projetos em condições que dificultam a presença da comunidade, como no meio da noite ou entre as festas de final de ano. Por isso, a parlamentar destacou a importância de a categoria permanecer mobilizada e alerta para eventuais convocações de última hora.
Assembleia na rua:Após o encerramento da reunião da CCJ, os servidores municipais realizaram uma assembleia da categoria em frente à Câmara Municipal. A presidente do Sindicato dos Municipários de Pelotas, Tatiane Lopes Rodrigues, destacou que um governo não tira um projeto do plenário sem ter a certeza da derrota. Embora considerem a mobilização vitoriosa, somente o arquivamento da proposta deverá trazer tranquilidade para a categoria. A dirigente sindical lembrou que a prefeita, que utiliza os cortes orçamentários como justificativa para a proposta, não se opôs à PEC do Teto, que congelou o orçamento de saúde, educação e assistência social por 20 anos. “O partido da prefeita votou pelo congelamento no orçamento. Pois ela que vá pedir ajuda para o presidente e para o governador eleitos. Os trabalhadores não podem pagar essa conta”, finalizou. Após a assembleia, os servidores seguiram em marcha até a sede da prefeitura de Pelotas, onde realizaram mais um protesto.

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