Chuva provoca alagamento no Palácio da Polícia e sindicato teme ‘nova tragédia’
Alagamentos causados pela forte chuva que atingiu a Capital na manhã desta segunda-feira (22) provocaram a interdição de serviços no Palácio da Polícia, sede de diversos órgãos da Polícia Civil, localizado na Av. João Pessoa, em Porto Alegre. Sindicato que representa agentes de polícia, a Ugeirm diz que o prédio convive com goteiras, mas que a situação foi agravada por obras em andamento no local.A Ugeirm pondera que já vem denunciando há anos a situação precária do Palácio da Polícia e de outras delegacias em Porto Alegre e no interior do Estado, como a 3ª DPPA, localizada no bairro Navegantes. Atualmente, o Palácio da Polícia está em obras que consistem na reforma da coberturas, das instalações elétricas e de telecomunicações. No entanto, segue em operação em meio às obras, mesmo com goteiras e falta de proteção. Vídeos captados pelo sindicato mostram grandes volumes d’águas escorrendo por escadarias do prédio.Em vídeo gravado na manhã desta segunda-feira, o presidente da Ugeirm, Isaac Ortiz, disse que a chuvarada provocou “o caos” no local. “A empresa que a consertando o telhado do prédio deixou a descoberto. E, com essa chuvarada toda, inundou o Palácio da Polícia. Isso é uma vergonha para nós, que órgãos muito importantes e outros serviços de extrema importância para a população estejam paralisados por negligência, do governo do Estado e da empresa que está fazendo a obra”, afirmou.O Palácio da Polícia abriga diversos órgãos da Polícia Civil, entre os quais o Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV), a Divião de Assessoramento Especial (DAE), a Divisão de Inteligência Policial e Análise Criminal, a Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher, a Delegacia de Proteção ao Idoso, entre outros.O sindicato teme que a situação precária possa resultar em uma nova tragédia, como a que ocorreu na antiga sede da Secretaria de Segurança Pública na Capital, destruída por um incêndio em julho de 2021, que deixou dois bombeiros mortos. Laudo produzido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), em 2022, apontou que o incêndio foi causado por uma sobrecarga ou um curto-circuito em um equipamento eletrônico — não foi possível apontar as causas exatas do sinistro.“A gente não sabe se o Palácio tem PPCI e já acionamos os órgãos de controle para saber se tem PPCI, se tem condições de continuar funcionando ali todas as delegacias. A gente vai tomar providências, nós vamos procurar a justiça para tentar que o Poder Judiciário tome uma atitude no sentido de interditar o Palácio. Tá em obras? Ok, que bom, mas que procedam com o prédio esvaziado”, diz Fábio Castro, vice-presidente da Ugeirm.“É um risco, não só para o trabalho da polícia, que tem setores vitais e que ficam comprometidos como, por exemplo, o próprio plantão da Delegacia da Mulher, mas também a integridade física dos profissionais que ali trabalham”, complementa.O sindicato também aponta que uma delegacia em Caxias do Sul também teve os serviços interrompidos nesta manhã em razão de problemas causados pelas chuvas. Foto: Divulgação/UgeirmFonte: Sul21