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3 de junho 2024

Com taxa de desemprego mais baixa em 10 anos, trabalho com carteira assinada bate recorde

Com taxa de desemprego mais baixa em 10 anos, trabalho com carteira assinada bate recorde A taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril ficou em 7,5%, o menor nível desde 2014. O índice é considerado estável em relação ao trimestre anterior, em janeiro de 2024, que registrou 7,6% e 1 ponto percentual abaixo do apurado no mesmo período de 2023, de 8,5%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-feira (29) pelo IBGE.A Pnad apura todas as formas de ocupação a partir de 14 anos de idade, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. O total de pessoas desocupadas, ou seja, que não trabalhava e estava à procura de alguma ocupação no trimestre, ficou em 8,2 milhões, sem variação significativa em relação ao trimestre móvel encerrado em janeiro de 2024. O número, porém, é 9,7% menor que o apontado no mesmo período de 2023. Isso representa menos 882 mil desocupados.
Já o total de trabalhadores ocupados chegou a 100,8 milhões. O dado é considerado estável em relação ao trimestre terminado em janeiro. Mas em relação a 12 meses atrás, houve acréscimo de 2,8%, o que representa mais 2,8 milhões de pessoas com trabalho.
Tendências positivas
De acordo com a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, o cenário do emprego no país vem apresentando resultados positivos. “É um mercado de trabalho que segue com redução na taxa de desocupação e expansão no número de trabalhadores”, afirma.A coordenadora cita dois elementos sazonais no trimestre encerrado em abril que explicam a estabilidade na desocupação em 2024: a redução do desemprego no comércio e a volta da contratação de trabalhadores do setor público nas áreas de saúde e educação, notadamente no ensino fundamental. “Já na comparação com o ano passado, o cenário é de manutenção de ganhos da população ocupada, trabalho com carteira assinada e rendimento do trabalhador”, completa.

Redução do desemprego e aumento da carteira assinadaDiante da queda no desemprego, o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 38,188 milhões, um recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O contingente de trabalhadores sem carteira também foi o maior, chegando a 13,5 milhões.Com isso, a taxa de informalidade ficou em 38,7% da população ocupada. O que significa 39 milhões de trabalhadores informais, patamar próximo ao do trimestre móvel encerrado em abril de 2023 (38,9%). “A informalidade é muito significativa na composição da nossa população ocupada, mas, nos últimos trimestres, tem ficado relativamente estável”.
RendimentoO rendimento médio do trabalhador ficou em R$ 3.151, alta de 4,7% em 12 meses. Os dados do IBGE revelam ainda que a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores do país, chegou a R$ 313,1 bilhões. Outro recorde da série histórica e 7,9% acima do mesmo período de 2023. O resultado também é considerado positivo, uma vez que esse dinheiro serve para dinamizar a economia.
Calamidade no Sul e o impacto no desemprego
A Pnad Contínua divulgada nesta quarta ainda não traz impactos da calamidade causada por temporais que atingiram o Rio Grande do Sul no fim de abril e em maio. De acordo com Adriana, o instituto fará esforços para continuar apurando informações da região. A amostragem da pesquisa abrange 221,3 mil domicílios visitados trimestralmente em todo o país. Desses, 12,4 mil ficam no Rio Grande do Sul.“Em alguns locais, a coleta está sendo feita presencialmente. Em casos em que houve dano a pontes, estradas e que não há condições de as equipes chegarem, estamos fazendo tentativa de contato por telefone, obviamente respeitando a disponibilidade do morador”, explica a coordenadora do IBGE. “Embora seja um momento extremamente difícil, é importante que a pesquisa seja feita justamente para retratar os impactos que a calamidade vai causar no mercado de trabalho local”, conclui.
Com reportagem de Bruno de Freitas Moura da Agência BrasilFonte: Rede Brasil Atual / Imagem: Agência Brasil