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26 de agosto 2025

Deputadas gaúchas propõem ampliar uso de tornozeleira eletrônica para agressores de mulheres

Deputadas gaúchas propõem ampliar uso de tornozeleira eletrônica para agressores de mulheres As deputadas gaúchas Denise Pessôa (PT-RS),Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Franciane Bayer (Republicanos-RS) e Maria do Rosário (PT-RS), integrantes da Comissão Externa de Combate aos Feminicídios no Rio Grande do Sul, protocolaram um projeto de lei que estabelece critérios claros para a monitoração eletrônica de agressores no âmbito da violência contra a mulher. A proposta é motivada pelo aumento de feminicídios no Rio Grande do Sul, que lidera pelo segundo ano consecutivo o ranking nacional de casos envolvendo mulheres sob medidas protetivas, com 27% das vítimas em 2024 e 32% em 2023 sendo gaúchas.O projeto de lei nº 4165/2025 prevê que juízes possam determinar, por meio de ofício ou a pedido do Ministério Público, ou da autoridade policial, a monitoração eletrônica de agressores, com prioridade em casos de agressão grave ou gravíssima. Também estabelece que qualquer decisão que dispense a monitoração eletrônica deve ser fundamentada, que venha acompanhada de ao menos mais uma medida protetiva e que a vítima receba imediatamente um dispositivo ou aplicativo de alerta sobre a aproximação do agressor.Além disso, define deveres do agressor e prevê penalidades para descumprimento doloso das obrigações, incluindo a caracterização do crime de descumprimento de medida protetiva. O projeto ainda prevê a destinação mínima de 5% dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para ações de enfrentamento à violência contra a mulher, incluindo a aquisição e manutenção dos equipamentos de monitoração eletrônica.Denise Pessôa avalia que a iniciativa é necessária para reforçar a proteção às mulheres em risco e evitar tragédias que poderiam ser prevenidas. “Não podemos aceitar que mulheres continuem correndo risco mesmo com medidas protetivas. A monitoração eletrônica de agressores é uma ferramenta comprovadamente eficaz para proteger vidas e evitar que tragédias como o feminicídio se repitam. Nosso objetivo é garantir que cada mulher sob risco tenha proteção imediata e que a lei seja aplicada de forma consistente e segura”, diz.Fernanda Melchionna destaca que o projeto é resultado dos trabalhos da Comissão Externa de Combate aos Feminicídios no Rio Grande do Sul. “O intenso trabalho que a Comissão Externa tem feito tem nos ajudado a ter um panorama sobre a eficácia das medidas de proteção à mulher. É comprovado que o uso de tornozeleiras eletrônicas reduz significativamente a taxa de feminicídios, assim como a taxa de reincidência dos agressores em outros crimes relacionados à violência doméstica. A aplicação desta medida é fundamental na proteção às mulheres, evitando a revitimização e que a violência doméstica se torne um feminicídio”, afirma.Além das deputadas federais, a deputada estadual Luciana Genro também participa da articulação entre políticas estaduais e federais. O projeto segue agora para tramitação na Câmara dos Deputados.
Fonte: Sul 21 / Imagem: Tânia Rego/Agência Brasil