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15 de setembro 2025

IBGE inicia pesquisa inédita por telefone com municípios atingidos pela enchente de 2024

IBGE inicia pesquisa inédita por telefone com municípios atingidos pela enchente de 2024 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou, nesta segunda-feira (15), a Pesquisa Especial sobre as Enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul (PEERS). Essa será a primeira pesquisa do instituto realizada por meio telefônico. Agentes irão contatar mais de 30 mil domicílios gaúchos pelo número (21) 2142-0123.A pesquisa segue até o dia 19 de dezembro, em 133 municípios do estado. O objetivo é compreender como a população foi impactada direta ou indiretamente pela enchente de 2024 e verificar como está a vida dessas pessoas um ano após o evento climático extremo.“Não são eventos rotineiros, são eventos que, até mesmo pelas questões climáticas, a gente pode enfrentá-los novamente. Então, nosso objetivo é que a gente consiga encontrar informações, dados, para que os gestores possam fazer as políticas públicas mais adequadas”, afirmou Marcos Mazoni, diretor de Tecnologia da Informação do IBGE, no evento de lançamento realizado na sede da Secretaria Estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.Segundo o instituto, o maior desafio é fazer com que as pessoas atendam ao telefone. O número com DDD do Rio de Janeiro (21) pode ser confundido com chamadas de telemarketing ou golpes. Para evitar enganos, a recomendação é que a população salve o número (21) 2142-0123 em suas agendas.“Qual é o nosso maior problema? As pessoas atenderem. Depois que elas atendem, a gente viu no teste que elas gostam de falar da pesquisa. Teve uma entrevista que durou mais de uma hora. A pessoa começa a falar e não para mais, porque ela gosta de falar da pesquisa. O problema é ela é atender, porque não consegue identificar que é o IBGE”, relata Juliana Paiva, gerente substituta de Estudos e Pesquisas Sociais do instituto.Para o levantamento, foram selecionados 34 mil domicílios que possuem número telefônico cadastrado no Censo Demográfico de 2022 e localizado em cidades do Rio Grande do Sul que declararam em 2024 estado de calamidade pública ou emergência. A pesquisa deve ser respondida por moradores que residam ou tenham residido em áreas atingidas pelas enchentes, que tenham estado presentes no período das chuvas, tenham pelo menos 14 anos e se considerem aptos a participar.Os domicílios selecionados receberam uma carta informando sobre a participação na pesquisa, com a orientação para salvar o número do IBGE na agenda de contatos e atender às ligações. As informações coletadas são protegidas por sigilo garantido por lei.O estado foi dividido em sete regiões para a coleta. Na primeira fase, agentes farão ligações para informantes de Porto Alegre e municípios da região metropolitana. Gradualmente, moradores de outras áreas serão contatados, conforme o cronograma disponível abaixo.Os temas abordados no questionário da pesquisa são: impactos das enchentes nos domicílios; impactos das enchentes nos entornos, bairros e ruas próximas dos domicílios; ocorrências domiciliares, impactos das enchentes na vida dos moradores; saúde física ou mental; perfil da população atingida; educação e trabalho antes e depois das enchentes; avaliação da qualidade de vida hoje (se piorou ou melhorou após as enchentes ); auxílio financeiro público relacionado as enchentes; e prevenção e recuperação (conhecimento de medidas adotadas e opinião sobre trabalho de recuperação).A pesquisa será feita pelo Centro de Entrevista Telefônica Assistida por Computador (CETAC) do IBGE. Os participantes podem confirmar a identidade do agente ligando para 0800 721 8181 ou pelo e-mail peers@ibge.gov.br. Devido a temática da iniciativa, os entrevistadores receberam treinamento específico para atuar com empatia e escuta ativa.“É um tema muito sensível. As pessoas ou reclamam, ou choram no telefone, abrem o coração, então a gente lá no telefone tem que saber se portar. Então isso é um é um fato importante”, disse Paiva.De acordo com ela, a pesquisa terá o papel de mapear diferentes níveis da situação no estado. Os dados poderão subsidiar a formulação de políticas públicas e ações de resposta, não apenas para enchentes, mas também para outros eventos climáticos. “Então a gente vai ver daqui, com os temas que a gente vai investigar e vamos subsidiar todas essas políticas públicas e ações de prevenção para o futuro, que infelizmente não são só as enchentes, mas as queimadas tiveram no ano passado também no Brasil que foram muito recorrentes. A gente tem que iniciar esse tipo de pesquisa no Brasil. Isso nos remete a falar da importância dessa pesquisa, que é uma abordagem inédita, a primeira vez que o Brasil faz”, ressaltou.“Essas informações têm como objetivo melhorar a vida a qualidade de vida das próprias pessoas que estão pesquisadas e evidentemente do conjunto de pessoas que foram atingidas de alguma forma ou de outra”, destacou Mazoni.Representando o Governo do Estado no evento, a secretária da Fazenda do Rio Grande do Sul, Pricilla Maria Santana, reforçou a relevância da iniciativa. “A gestão tem que estar baseada em dados, o processo decisório tem que estar baseado em dados e é disso que a gente está falando nessa pesquisa”, disse. “Pra tornar o nosso estado mais resiliente, mais forte, mais preparado pra que sabendo que os eventos de Deus virão a gente não perca nenhuma única vida”, complementou.Cronograma de ligações
  • 15 a 26/09: Alvorada, Arroio dos Ratos, Barra do Ribeiro, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Gravataí, Guaíba, Nova Santa Rita, Porto Alegre, Sapucaia do Sul;
  • 29 a 10/10: Novo Hamburgo, Taquara, Montenegro, Charqueadas (23 municípios);
  • 13 a 17/10: Passo Fundo, Carazinho, Frederico Westphalen, Marau, Erechim, Tapejara, Soledade, Nonoai, Três Passos, Ijuí, Palmeira das Missões, Cruz Alta (25 municípios);
  • 20 a 31/10: Santa Cruz do Sul, Lajeado, Sobradinho, Encantado (39 municípios);
  • 3 a 7/11: Pelotas, Camaquã (6 municípios);
  • 10 a 14/11: Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Nova Prata (11 municípios);
  • 17/11 a 28/11: Santa Maria, São Gabriel, Uruguaiana, Cachoeira do Sul (17 municípios);
  • 1º/12 a 19/12: todas as regiões.
Selecionados para a pesquisa podem contatar o IBGE pelo número 0800 721 8181 ou pelo e-mail peers@ibge.gov.br para agendar a entrevista em qualquer momento do período da ação, independente da região.

Foto: Isabelle Rieger/Sul21Fonte: Sul21