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17 de junho 2025

Mais de 75% dos empregos formais gerados em 2024 foram preenchidos por beneficiários do Bolsa Família

Mais de 75% dos empregos formais gerados em 2024 foram preenchidos por beneficiários do Bolsa Família O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome divulgou nesta terça-feira (17) que quase a totalidade das vagas de carteira assinada geradas em 2024 foram ocupadas por pessoas no CadÚnico, sendo que três quarto de todas as vagas foram preenchidas por beneficiários do Bolsa Família.De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), das 1,69 milhão de vagas criadas, 98,87% foram ocupadas por pessoas cadastradas no CadÚnico. Entre os contratados, 1,27 milhão (75,5%) eram beneficiários do Programa Bolsa Família e outros 395 mil (23,4%) pertenciam ao CadÚnico, mas não recebiam o benefício.“O Caged mostra, na prática, que as pessoas do Bolsa Família e do Cadastro Único querem trabalhar, estão empregadas, mas buscam empregos decentes. Peço que observem essa realidade para evitar qualquer forma de preconceito contra os mais pobres”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.O ministério aponta que uma das razões para esse desempenho é a chamada Regra de Proteção do Bolsa Família, que permite aos beneficiários manter 50% do valor do benefício por até dois anos após entrarem no mercado formal, incluindo os adicionais voltados para gestantes, crianças e adolescentes. Em junho de 2025, 3,02 famílias milhões estão sendo amparadas por essa regra, segundo o ministério.O Ministério destaca que os dados mais recentes de 2025 confirmam a continuidade dessa tendência. Entre janeiro e abril, 75% das 920 mil vagas criadas foram ocupadas por pessoas inscritas no CadÚnico, com destaque para a predominância feminina.A pasta destaca ainda o crescimento da renda das famílias em 2024. Estudo da FGV Social, baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), aponta que o rendimento do trabalho desse público subiu 10,7%, ritmo 50% superior ao crescimento registrado entre os 10% mais ricos do país (6,7%). O resultado é a maior redução da desigualdade social observada no Brasil nos últimos anos, com a renda do trabalho subindo, em média, 7,1% no ano.“Tivemos uma redução muito forte da desigualdade em 2024. E tudo isso está mais forte em termos de renda do trabalho do que em relação a outros componentes de renda”, explicou Marcelo Neri, responsável pelo estudo da FGV.Os dados divulgados contrapõem o crescente movimento de entidades empresarias que defendem mudanças no Bolsa Família, uma vez que o programa estaria dificultando a contratação de pessoas no Brasil. Um exemplo deste movimento é a fala publicada neste domingo (16) pela Folha de S.Paulo do empresário Ricardo Faria, que ficou conhecido como “rei do ovo”. Ele disse que “está um desastre [contratar] no Brasil”, porque “as pessoas estão viciadas no Bolsa Família”.
Alterações na Regra de ProteçãoA partir da folha de pagamento de julho, a Regra de Proteção passará por mudanças, com o objetivo reduzir a fila de espera e priorizar famílias em situação de pobreza ou pobreza extrema. A mudança também busca garantir a sustentabilidade e efetividade do programa, segundo a pasta.Com a mudança, as famílias que ultrapassarem o limite de renda para entrada no Bolsa Família – de R$ 218 por pessoa da família –, até o limite de renda de R$ 706, poderão seguir no programa por mais 12 meses, recebendo 50% do valor do benefício. Famílias cuja renda seja considerada estável ou permanente, como as que recebem aposentadoria, pensão ou Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas), poderão permanecer com o auxílio do Bolsa Família por até dois meses. Já famílias com pessoas com deficiência que recebem o BPC, o tempo máximo de permanência na Regra de Proteção será de 12 meses.“Assinar a carteira não cancela o Bolsa Família. Estamos qualificando o público do programa em vários setores, e os resultados são excelentes”, destacou o ministro Wellington Dias.Outro alteração diz respeito à renda dos trabalhadores sazonais, como no agronegócio. Para esse público, o governo passou a considerar a média de renda dos últimos 12 meses, e não apenas meses isolados, garantindo mais estabilidade.
Fonte: Sul 21 / Imagem: Agência Brasil