Notícia SINASEFE IFSul

30 de setembro 2025

PF vai investigar origem do metanol que provocou intoxicações em SP

PF vai investigar origem do metanol que provocou intoxicações em SP O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta terça-feira (30) que solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito para investigar a procedência e uma possível rede de distribuição do metanol que causou a intoxicação de pelo menos 10 pessoas no estado de São Paulo, após consumo de bebida adulterada. Desde o início de setembro três pessoas morreram por contaminação pelo metanol.“No momento, as ocorrências estão concentradas no estado de São Paulo, mas tudo indica que há uma distribuição para além do estado de São Paulo. Portanto, sendo uma ocorrência que transcende limites de um estado, isso atrai a competência da Polícia Federal”, explicou o ministro, durante coletiva de imprensa.Segundo Lewandowski, a pasta também determinou à Secretária Nacional do Consumidor (Senacom) a abertura de inquérito administrativo para acompanhar as ocorrências e verificar, do ponto de vista do direito do consumidor, quais as providências a serem adotar.“A adulteração de produtos constitui crime comum, capitulado no Código Penal no artigo 272. E também a venda, a distribuição de produtos adulterados constitui crime, de acordo com o Código do Consumidor”, destacou o ministro.“Tomamos as providências cabíveis. Providências, eu diria, enérgicas, para não só identificarmos a origem e podermos coarctar [restringir] a distribuição desses produtos que são claramente intoxicantes para a população. Também estamos em íntima cooperação com o Ministério da Saúde”, concluiu Lewandowski.
BalançoDe acordo com o governo do estado de São Paulo, desde junho deste ano, foram confirmados seis casos de intoxicação por metanol com suspeita de consumo de bebida adulterada.Atualmente, dez casos estão sob investigação, dos quais três resultaram em óbito – um homem de 58 anos em São Bernardo do Campo, um homem de 54 anos na capital paulista e o terceiro, de 45 anos, ainda sem residência identificada.
SaúdeJá o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse  na mesma coletiva ter determinado a notificação imediata de novos casos suspeitos de intoxicação por metanol. “Essa notificação imediata é um canal direto com o que nós chamamos de Cievs [Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde] em cada um dos estados. O ministério acompanha esse trabalho diariamente”, explicou.“Para que a gente possa identificar mais rapidamente não só o que está acontecendo no estado de São Paulo, mas identificar isso em outros estados do país, algum tipo de crescimento e comportamento clínico e epidemiológico anormal que vai reforçar também as investigações da Polícia Federal e do Ministério da JustiçaPadilha destacou que a notificação deve ser feita em qualquer caso de suspeita de intoxicação por metanol. “Não precisa aguardar o fechamento do diagnóstico para fazer a notificação”.“Qualquer pessoa que procure um serviço de saúde relatando sinais e sintomas e que tem uma história de ingesta de bebida alcoólica, sobretudo de origem não conhecida. Não é uma coisa que ela comprou e abriu em casa, viu o lacre. Em geral, é em um ambiente comercial fora de casa, uma festa de outra pessoa, um ambiente de lazer. Já é um caso suspeito e já deve ser notificado.”De acordo com o ministro, em apenas um mês, foi registrada quase a metade dos casos de intoxicação por metanol contabilizados todos os anos. A série histórica da pasta indica cerca de 20 casos por ano notificados por profissionais de saúde via Sistema Único de Saúde (SUS).“Quando a gente puxa para o mês de agosto, chegamos a 17 casos notificados de intoxicação suspeita por metanol. Em alguns, está sendo concluída a investigação. Se a gente pegar agosto e setembro, temos mais ou menos o que aconteceria no ano como um todo: 20 casos notificados. Além disso, concentrado em um estado da federação.”“De fato, nós estamos com uma situação anormal, diferente de tudo o que a gente tem na nossa série histórica”, completou o ministro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilFonte: Sul21